A memória é uma coleção de retratos
Dos momentos com pessoas, lugares, coisas, ideias e fatos
Que decidimos recordar e contar Estória.
Para justificar o que já achávamos
Dessas mesmas pessoas, lugares, coisas, ideias e fatos.
Analogamente, a História é uma das formas que encontramos
De produzir conhecimento sobre a história que queremos recordar.
Iludidos os que ainda a consideram a mãe das Ciências Humanas.
Ela é filha, isso sim, levemente distinta de sua irmã gêmea,
A fantasiosa e honesta Estória.
Para fazer ciência, antes de sair por aí vasculhando documentos,
Precisamos saber o que, por que e como decidimos que vamos sair por aí vasculhando documentos
E, como nossos recursos não permitem,
Nunca será qualquer documento.
Então precisamos saber o que, por que e como decidimos vasculhar aqueles documentos.
A melhor e mais honesta reposta que temos pra isso na Ciência
A única válida aqui, aliás,
É que se não exploramos e dissecamos as teorias que estão por trás
De cada argumento de cada cientista
Elas nos dominarão sem ao menos percebermos.
Lutar para comprovar sem antes pensar
Esse comportamentinho egóico já marcou profundamente
As nossas diversas estórias nesse mundo.
E uma das marcas foi deixada por ela, a dita Ciência moderna.
A trajetória brilhante de até agora ter feito muito pouco de ciência.
E não estou falando de técnica,
Descoberta experimental ou invenção,
Que talvez nunca se transformará
Em tecnologia digna do nome ou
Em conhecimento científico com começo, meio e fim.
Falo daquele humilde e democrático ato de explorar
Os detalhes, as justificativas e a relevância intrínseca das suas idéias.
Agora transformadas em Teoria,
Com seus quatro filhotes à tira colo:
O Conceito,
O Pressuposto,
A Hipótese
E o Teste.
Isso façamos!
Antes de sair por aí buscando
Comprovações de teorias incoerentes e ocultas
Que carregamos e escodemos
Mesmo sendo pagos para aprimorá-las e revelá-las.
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