O que eu poderia dizer sobre o companheiro de profissão, Prof. Joseph Samuel Nye Jr. (19 de Janeiro de 1937 a 6 de maio de 2025), PhD, que hoje foi a Oló?
Ele deve ser lembrado publicamente pelas contribuições ao campo científico-social das Relações Internacionais, à ciência como um todo e ao pensamento político, com contribuições importantes na construção de instituições tais como a Harvard Kennedy School e o Belfer Center for Science and International Affairs.
Mas, confesso, há tantos/as outros/as mais brilhantes e menos reconhecidos/as. Joseph Nye Jr. poderia sim ter sido mais honesto intectualmente, pois, como todo o homem-branco-ocidental-de elite-cristão-excepcionalista-superprivilegiado, embora liberal esclarecido e engajado civicamente, defende o status quo e omite a originalidade dos/as de baixo.
Por exemplo, a do próprio Antônio Gramsci, de quem se roubou a dialética entre dominação e direção sem lhe conceder o devido crédito. O mais curioso — e ao mesmo tempo injusto — é que foi o empobrecimento dessa brilhante ideia de estrutura relacional hegemônica, via sua simplificação na dualidade mediada e individualizada hard-smart-soft power, acabou gerando justamente o conceito que lhe rendeu fama: o de soft power, ou poder brando.
Precisou um candense conseguir se popularizar, recuperar de forma honesta e criativa a contribuição de Gramsci para a Teoria das Relações Internacionais, e salvar o dia. Salve o Prof. Robert Warburton Cox, PhD, que também faleceu recentemente. Que Exú os receba.
Uma última pergunta, de saída: e quanto àqueles/as que nunca chegamos a conhecer e reconhecer?
Agô, Pinga Fogo.
Deixe um comentário