Estamos sempre em busca do local perfeito,
Do espaço em que nos sentimos acolhidos.
Parte do todo e o todo em sua parte.
Essa busca não nos prejudica, se não nos paralisar,
Se não nos levar à imobilização quando descobrirmos que este lugar não há.
Não há espaço em que sejamos verdadeiramente nós mesmos fora de si.
Antes em si seremos o que sentimos e no mundo exterior essa busca estará apenas manifesta.
Não é nos outros que acharemos o sentido dos sentidos.
Não é na imagem do que queremos ser que encontraremos sentido em nossas relações.
A cobrança de que haja outro como nós é, além de estéril, injusta com nós mesmos e com os que encontramos pelos caminhos da vida.
Vivemos à busca de um espelho que reflita nossas escolhas.
Que nos mostre que o que somos não é anomalia, mera mutação do universo.
Ao mesmo tempo sabemos que nunca o encontraremos, o clone que desejamos existir.
Pois se ocorresse cairíamos na amargura de ser o nada, o replicável, o ser humano em um mundo de super heróis.
No fundo queremos não ser distintos, mas também não ser idênticos.
E felizmente é apenas isso o que sempre seremos.
Um pouco parte do todo e um pouco o todo em sua parte.
Então, não há escolha que resolva esta equação da busca incessante pelo que nunca virá.
Aceitemos o que somos, o que podemos, o que necessitamos e o que queremos.
Se outras buscas sempre serão inférteis, esta é a única que temos a certeza de que sairemos vencedores.
Pois o lugar certo é qualquer lugar, desde que sejamos nós em nosso corpo.
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