Se há algo muito ruim na África do Sul, é a conexão com a internet. Quando chegamos aqui nos hospedamos em um ótimo hotel em Pretória e não percebemos que a conexão era livre e realmente muito rápida. Contudo, como saberíamos em breve, essa foi uma notória exceção. Na segunda semana, viemos para Johanesburgo, e fomos para a “33 on First Guest House”, uma pousada (B&B) maravilhosa, com decoração muito bonita, equipe muito amável, café da manhã delicioso (omelete com carne moída!) e proprietário incrivelmente atencioso, Johan. Ele é um cara muito inteligente (e enorme!) que ama o Brasil. Também nos ajudou muito com algumas dicas sobre Johanesburgo e nos apresentou a Paula, a nossa anja por aqui e a dona da casa onde estamos ficando agora. Inclusive, nós nos tornamos amigos de Johan, e fomos convidados para um belíssimo sarau/jantar na sua casa para apreciar o seu brilhante talento no piano. No entanto, o único problema na pousada era a internet paga e cara (quase R50, R$15, por apenas 100Mb de dados!). Johan nos contou que a internet aqui é mundialmente conhecida por ser lenta, instável e cara. Ele, contudo, nos possibilitou um plano ilimitado para aquela semana, pelos mesmos R50/dia.
No entanto, quando chegamos à casa da Paula, o problema se repetiu…A casa dela é capaz de combinar extremos: é enorme e acolhedora. Tem um ar português (claro, ela é portuguesa), com paredes coloridas, lenços, muitos quadros, mobília rústica e uma cozinha realmente grande e equipada. Coisa de TV. Isso sem falar nos dois cachorros (Lucy e Keila) e os gatos mais adoráveis: Squicky, um macho amarelo sem o olho esquerdo, mas extremamente doce e com ronronar altíssimo; e Peka, uma fêmea cinza e preto muito introspectiva, mas quando esta carente bate em nossa porta para dormir conosco na cama. Bem, esta linda casa tem tudo, exceto internet. Isso porque a Paula teve alguns problemas no passado com clientes que costumavam fazer downloads o dia inteiro pouco se importando com o fato de que ela pagava por Mb utilizado. Bem, Paula disse-nos que a melhor opção era comprar um modem 3g, colocar um chip pré-pago e carregar com algum dinheiro. Felizmente, um dia depois eu ganhei um modem da Universidade, com um chip da MTN (uma das empresas de telefonia daqui). No entanto, após carregar 1Gb por R300 percebemos que a conexão era realmente muito ruim. Demorava quase 5 minutos para carregar a página inicial do Google!! Dá pra imaginar como era usar o Facebook, ou fazer download de artigos! Impossível. Nós até começamos a tentar ver se o modem funcionava em outras partes da casa: sala, cozinha, banheiro, jardim. A Gabi não me deixou tentar o telhado…
Foi então que Lee, nosso colega de casa coreano, muito legal e engraçado, disse que talvez poderíamos tentar comprar um roteador 3G da 8TA (outra empresa) que poderia ser conectado a mais de um computador e que, supostamente, teria uma melhor conexão. Foi exatamente o que fizemos. R900 para o roteador, R1 para o chip (mas que para comprar tivemos de levar comprovante de residência, o que nos deu uma baita dor de cabeça), e R300 para 3G de dados. Ok, tudo certo, tentamos ver se funcionava. E funcionou! Muito melhor do que o primeiro. Mas, claro que ainda há alguns probleminhas: 1) é muito lento para o Skype! Nós conseguimos ver apenas as sombras de nossos pais e o Krishna (nosso gato preto) parece mais uma sujeira preta no monitor; 2) às vezes, ele funciona apenas por dez minutos, o que nos fez entender, à força, que devemos salvar e-mails importantes a cada frase escrita (!); 3) nunca tente usá-lo entre 12h e 21h! Não há sinal disponível e sites um pouco mais pesados do que a página inicial do Google simplesmente não abrem. Na verdade, é exatamente por isso que estou escrevendo esse texto agora. Depois de passar duas horas tentando abrir o site do Banco do Brasil, percebi que o melhor que eu podia fazer era compartilhar minha experiência sobre a luta epopeica contra a internet sul-africana…
Deixe um comentário