O verdadeiro sábio aguarda
O verdadeiro discípulo chegar.
O comprometimento,
A inconsciente partilha de vibrações.
A reincarnação possível na cronologia do cosmos,
Seduz todos nós.
Ou todas as religiões não são meras formas de apostarmos no imprevisível,
No incompreensível?
Se costumamos ofertar nossa fortuna
E dedicar inteiramente a nossa única vida garantida a essas promessas,
Quanto não daríamos para termos o menor pingo da menor certeza
De que somos mesmo imortais?
Quanto não pagaríamos para garantir
Que Whe are the World, We are the Children fosse mais
Que uma mera canção hipócrita?
Mas é impossível,
A única certeza que temos é que estamos vivos,
Nem que seja em um universo simulado.
Também temos bons indícios
De sermos a única espécie de animais que conhecemos
Com tamanho sentimento
Por tudo que a cerca.
Sem falar na criatividade imbatível
E engenhosidade interminável.
Somos a espécie para qual o verbo anglo-saxônico play
Ou o ludus, no latim,
Assumem múltiplos sentidos.
Em nós, o jogar/brincar,
Habilidade que compartilhamos com outros animais não-humanos,
É sofisticadamente reforçado.
Pelo apostar, o competir, o superar,
O conhecer, o aprender, o encenar,
O tocar, o cantar, o pintar, o ilustrar,
O treinar, o desempenhar, o duelar,
O guerrear, o governar, o ordenar,
O brilhar, o vencer, o imortalizar.
Todas elas, derivações do primitivo jogar.
E como não poderia deixar de ser,
Jogamos também (e tão bem) com o nosso futuro.
Contra outras ideias, apostamos,
Com bilhete individual ou em bolão,
Sobre qual é o real sentido do universo e da vida.
E sobre como será o nosso futuro,
Imortalidade ou fim?
E no fim, o céu, o paraíso,
O mundo espiritual que cada sociedade cria
Possivelmente representa
Apenas o enorme potencial da criatividade humana.
Para poder viver sem precisar
O verdadeiro sábio encontrar.
E, depois, o verdadeiro discípulo esperar.
E a roda do tempo girar.
A única aposta garantida
De que viveremos para sempre.
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